domingo, 20 de janeiro de 2008

O ambiente meio

A vontade é de tornar
a mata virgem
a minha (na)morada.

Onde eu possa sentir
novamente o cheiro
de terra molhada.

Repartir da generosidade
dos ingênuos.

Recuperar o olhar singelo
que se emociona,
mas se apaga
num simples piscar.

Alimentar-me da pureza
da natureza.

Através do refresco mergulho
em mar quente e salgado.

Através da revigoração de
um banho de cachoeira gelada.

Onde eu possa redescobrir
a passagem do tempo.
E os prazeres do amor.
E as lições da dor e da tristeza.
E o valor de minha escrita.
E a longevidade da fé.

Eu quero mesmo é expelir
esse ar carregado, viciado,
dissimulado e sem esperanças
das cidades grandes.

Ficar longe das agonias e
das inquietações que
se tornam habitualmente
sinônimo de desafio,
de adrenalina.

Distante do acúmulo
como legado de uma
breve história.

Pois perdemos nossas referências,
nossos valores originais.

Talvez, um dia, a poesia
nos iluminará em
busca da redenção.

Certo é que o movimento
nunca pode parar, seja em
qual tempo ele for.

Ao som de: “Tristeza do Jeca”, Angelino de Oliveira + “Anunciação”, Alceu Valença + “Preto Velho”, Secos e Molhados + “Pastorinhas”, Noel Rosa e Braguinha

3 comentários:

  1. o que eu mais gosto desse blog é que eu sinto que são testemunhos em forma de versos. Os sentimentos vão moldando a poesia.

    Legal que vc seja do rio e conheça tão bem a cultura de pernambuco!! Fico tão feliz quando conheço pessoas assim! Esse país tem um tanto de facetas multiculturais esperando para serem apreciadas...

    Abraço e parabéns pelo "ambiente meio".

    ResponderExcluir
  2. ah... engraçado... eu ainda não tinha visto, mas era exatamente isso que eu imaginava:

    "...sentimentos vividos e sofridos, traduzidos em forma de letra (dis)corrida"...

    :)

    ResponderExcluir
  3. Oi, Teresa, obrigado pela força! É de um valor inestimável saber que alguém chega aqui por acaso e acaba gostando dos meus escritos. É uma grande recompensa, mesmo, pois a poesia me curou da cegueira do racional, do desamor, da tristeza. Através dela, procuro inundar este mundo de sinceridade, de sentimentos, de generosidade, de fé. Vamos ver até onde esta louca utopia vai me levar, né? Abraços, e volte sempre! :-)

    ResponderExcluir

Clicky Web Analytics