Do caderninho artesanal de papel para o mundo da ilusão digital: sentimentos vividos e sofridos, traduzidos em forma de letra (dis)corrida... Ou um testemunho de fé na poesia!
domingo, 28 de outubro de 2007
Pequena grande criança
Esta é a primeira chamada para uma série de
viagens pelo mundo maravilhoso das crianças.
LUIS, LUIS, LUIS!
Veja quantos peixinhos que eu pesquei.
Veio até aquele azul grandão.
LUIS, LUIS, LUIS!
Desenha um cachorro, um dinossauro
e esse super-herói comigo?
Tem que ter preto, laranja, cinza
e azul.
LUIS, LUIS, LUIS!
Depois dos desenhos, a nossa próxima
brincadeira será de batata-quente.
Eu vou ganhar mais uma vez de você,
quer ver?
LUIS, LUIS, LUIS!
E não esquece que depois vamos assistir ao filme,
comendo pipoca e tomando suco de laranja.
LUIS, Luis, luis, lui, lu, l...
Pausa de cinco minutos para descansar. Pausa de um mês.
Pausa de um ano.
De certo, a minha existência na sua existência será apenas
uma vaga e distante lembrança de sua infância.
Mas tenha certeza que sua existência na minha existência
marca o sabor e a intensidade de uma experiência
que faltava em minha vida: o inocente sorriso daqueles
que ainda sonham. E que uma derrota muitas vezes
significa uma grande vitória.
Pequena grande criança, obrigado por existir!
Ao som de: Os Saltimbancos
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Vai embora, por favor
Jurei que hoje seria o meu último pranto.
Que a vida seguiria normalmente o seu rumo.
E meu despedaçado coração se recomporia
com o tempo, as amizades e a distância.
Porém, o amor não é uma escrita frágil
como o efêmero giz que adorna um quadro negro.
Ensina-me a apagar tantos movimentos, momentos,
dias ensolarados e noites de promessas e cheiro de incenso.
Por isso, eu clamo aos céus: vem chuva e lava todo
esse sentimento que insiste em não ir embora...
Ao som de: "Sufoco", Alcione
Contando o tempo
De passagem,
você me trouxe a poesia.
De passagem,
você foi a minha segunda redescoberta do amor.
De passagem,
meu verão virou, repentinamente, inverno.
De passagem,
a alegria de criança se tornou o amargo da vida adulta.
Agora, resta-me contar o tempo
e descobrir os caminhos para alcançar
uma nova estrela,
que seja a mais alta lá do céu!
Ao som de: "Último romance", Los Hermanos
Meu céu
Eu hoje olho para o céu
e não vejo o medo de menino
que me consumia.
Eu hoje olho para o céu
e sonho com a esperança
de novos dias.
Eu hoje olho para o céu
e transformo as minhas dúvidas
em poesia.
Ao som de: "Não deixe o samba morrer", Alcione
O despertar
Sim, o amor estava ali, bem perto de mim
e eu demorei para compreendê-lo.
Agora que ele se materializa no meu peito,
sei que estou disposto a encará-lo.
Cedo ou tarde, novas canções vão
preencher meus ouvidos.
Certo é que estarei disposto
a aprender a viver com as
novas melodias de minha vida.
Ao som de: "Pedrinha", Cordel do Fogo Encantado
Eu quero um novo amanhã
Amor e amizade não precisam
de contrapartida.
Beijos estalados ultrapassam qualquer
cálculo matemático.
As gargalhadas infantis alimentam
nossas almas.
A inocência de um verso caipira
inunda o mais bravo dos corações.
Esse novo amanhã pode ser de noite mesmo,
basta apenas ser sincero.
Ao som de: "Besta é tu", Novos Baianos
Respeito às leis do trânsito do amor
O sinal já estava vermelho há tempos.
E eu, na minha errante insistência, continuava a caminhar
entre o frenético e mutável tráfego do amor.
Até chegar o inevitável momento no qual você é atropelado
pelas circunstâncias e aprende, de vez, a lição.
Por isso, muito respeito às leis do trânsito do amor:
No verde, a paixão segue um fluxo inexplicável e em todas as direções;
no amarelo, a prudência já é o sinal de congestionamento em uma das vias;
e, no vermelho, chegou a hora de abandonar a rotineira condução
e confiar novamente nos inevitáveis instintos dos seus pés
como o verdadeiro prumo de seu caminho.
Ao som de: "Desalento", Chico Buarque
De mãos dadas (ou uma pretensa homenagem a Drummond)
Vem, me dê as suas mãos,
vamos transformar as nossas desilusões em poesia.
Vem, me dê as suas mãos,
vamos subverter as lógicas da matemática e as certezas da razão.
Vem, me dê as suas mãos,
assim contemplaremos um novo tempo que nos espera
e o que ainda restou de bom neste mundo.
Vem, me dê as suas mãos,
e juntos não deixemos o movimento parar,
sabendo que os sentimentos sempre se renovam.
Vem, me dê as suas mãos,
pois ainda existe esperança nesta caixa que não é de Pandora,
mas que pertence ao nosso universo.
Ao som de: "Conversa de Botas Batidas", Los Hermanos
Pausa de trabalho
Inundado de pensamentos
Vazio de paz
Vácuo de existência
Trânsito de amor
Explosão de ansiedade
Um verso, dois versos...
E, assim, fez-se mais uma poesia!
Ao som de: "Fim de romance", Teresa Cristina
Meu barquinho de papel
Isso que me torna mais de carne e osso,
humano e sujeito a todo o tipo de sortilégios
que o amor e o coração podem nos pregar!
Eu prefiro remar, morrer e me decepcionar
diante de um mar revolto,
do que navegar por águas calmas que,
num futuro distante, tornam você
uma caricatura em preto e branco
do que você poderia ter se tornado.
Ao som de: "Timoneiro", Paulinho da Viola
Todo carnaval tem seu fim?
Afinal, quando se esvaem
os confetes,
as serpentinas e
a cadência do samba,
só que perdura é o AMOR,
o NOSSO AMOR...
Ao som de: "Todo carnaval tem seu fim", Los Hermanos
Matemática do amor
A distância e o tempo só fazem aumentar o meu amor que,
por hora, sofreu um pequeno contratempo.
Estou tão longe, mas me sinto tão perto,
pois o meu pensamento é transformado em mantra do dia,
através de suas doces palavras.
E que sejam esquecidos os dedos que insistem
em apontar alguma culpa ou algum culpado!
Na matemática de minha alma,
quando faço a soma do elemento SAUDADE,
com a variável AMOR,
o resultado é sempre igual:
VOCÊ!
Ao som de: "Foi um rio que passou em minha vida", Paulinho da Viola
Persistência
Luto pelas desilusões.
Combato minhas fraquezas.
Alimento meu amor por você,
Pois quero a brisa e o carinho
à beira de uma eterna cachoeira.
Ao som de: "Minha teimosia, uma arma pra te conquistar", Jorge Ben
Um breve momento
Saudades, sinto demais.
Carência, um retrato de minha existência.
Por que sinto tanta solidão,
mesmo cercado de pessoas?
Ao som de: "Só (Solidão)", Tom Zé
Amor incondicional
Ciúmes sem medidas.
Choro que não cessa a dor.
Carência diante de todo o carinho.
Saudades sem justificativa e solidão pelo que vai acontecer.
Amor não tem condições.
Amor não impõe obstáculos.
Amor não se perde, mesmo diante de toda a rotina.
Amor se renova a cada beijo, a cada abraço,
a cada olhar que percorre o seu rosto.
Experimente um dia de amor incondicional
e as palavras que lhe digo agora
certamente farão algum sentido...
Ao som de: "Toada velha cansada", Cordel do Fogo Encantado
Um oceano
talvez as dúvidas fossem embora.
Peixes saltitantes, ondas ornamentadas, areia fofa são
apenas alguns detalhes que o circundam.
Na verdade, o segredo está na composição da água.
Prove uma gota para você entender
como o amor alimenta o meu oceano.
Ao som de: "Lamento de Éxu", Baden Powell & Vinicius de Moraes.