(uma parceira de Mônica Ottoni e Luis Rocha)
Meu olhar não vislumbra a inércia deste presente.
Ele traduz os sonhos do passado.
E a utopia das realizações no futuro.
Enxerga verdades e desaprova mentiras.
Não se cala diante das injustiças.
Nem desmorona com dissabores.
Meu olhar oceana, vela (ainda que de longe),
cintila, se perde e se encontra...
Vai de encontro aos que sentem que o tempo não existe.
Aos que renunciam às palavras, aos contornos...
Contempla espaços e esperanças - presságios de ternura.
Ele tem a capacidade de transformar derrotas em grandes vitórias.
Busca alento na generosidade do sentimento alheio.
E revela a humildade no coração dos sinceros.
Meus sentimentos são águas a invadirem o curso de rios distantes,
fazendo-me ver a sutileza dos detalhes.
Eles deságuam num mar de miragens e desespero sensato,
numa penumbra mágica, que desenha imagens de sombras:
E meu olhar entende...
Mônica, ao som de: “Resposta ao tempo”, Nana Caymmi
Luis, ao som de: “O seu olhar”, Arnaldo Antunes + “Aos nossos filhos”, Ivan Lins
Oi Luis! Falar sobre o olhar é coisa séria e difícil. Ficou bacana isto que você escreveu. A Clarice Lispector escreveu mais ou menos assim: então eu chegarei perto e arrancarei os teus olhos e tú arrancarás os meus, eu colocarei os teus olhos e tu colocarás os meus. assim eu te olharei com os teus olhos e tú me olharás com os meus...
ResponderExcluirOi, Gabriela! Não conhecia estes versos da Clarice Lispector, obrigado pela indicação. Aliás, essa tem sido uma das gratas surpresas deste espaço: descobrir quantas pessoas admiram poesia e me trazem novas referências. Obrigado pela visita e volte sempre :-)
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