Talvez não haja espelho no mundo
capaz de refletir esta ebulição que
se manifesta internamente.
Pois é preciso coragem
para enxergar os erros
nas aparentes qualidades.
E lembrar que o movimento necessita
de seguidos e ritmados passos,
mesmo diante das inevitáveis rasteiras.
Pois é preciso persistência
para enfrentar os medos
de peito aberto e ouvidos atentos.
E reconhecer as distâncias
que sempre nos levam aos
habituáveis e cotidianos abismos.
Quero assim transfigurar
os meus olhares.
Marcar o meu corpo com
os símbolos das minhas
crenças e proteções.
Tornar a minha essência
uma certeza dessa existência
balzaquiana em desequilíbrio.
Quando encontrar os rumos da fé,
sei que os meus sentimentos
não vão se esconder jamais.
Ao som de: “Pega a voga, cabeludo”, Gilberto Gil
Do caderninho artesanal de papel para o mundo da ilusão digital: sentimentos vividos e sofridos, traduzidos em forma de letra (dis)corrida... Ou um testemunho de fé na poesia!
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Olhares e sentimentos
(uma parceira de Mônica Ottoni e Luis Rocha)
Meu olhar não vislumbra a inércia deste presente.
Ele traduz os sonhos do passado.
E a utopia das realizações no futuro.
Enxerga verdades e desaprova mentiras.
Não se cala diante das injustiças.
Nem desmorona com dissabores.
Meu olhar oceana, vela (ainda que de longe),
cintila, se perde e se encontra...
Vai de encontro aos que sentem que o tempo não existe.
Aos que renunciam às palavras, aos contornos...
Contempla espaços e esperanças - presságios de ternura.
Ele tem a capacidade de transformar derrotas em grandes vitórias.
Busca alento na generosidade do sentimento alheio.
E revela a humildade no coração dos sinceros.
Meus sentimentos são águas a invadirem o curso de rios distantes,
fazendo-me ver a sutileza dos detalhes.
Eles deságuam num mar de miragens e desespero sensato,
numa penumbra mágica, que desenha imagens de sombras:
E meu olhar entende...
Mônica, ao som de: “Resposta ao tempo”, Nana Caymmi
Luis, ao som de: “O seu olhar”, Arnaldo Antunes + “Aos nossos filhos”, Ivan Lins
Meu olhar não vislumbra a inércia deste presente.
Ele traduz os sonhos do passado.
E a utopia das realizações no futuro.
Enxerga verdades e desaprova mentiras.
Não se cala diante das injustiças.
Nem desmorona com dissabores.
Meu olhar oceana, vela (ainda que de longe),
cintila, se perde e se encontra...
Vai de encontro aos que sentem que o tempo não existe.
Aos que renunciam às palavras, aos contornos...
Contempla espaços e esperanças - presságios de ternura.
Ele tem a capacidade de transformar derrotas em grandes vitórias.
Busca alento na generosidade do sentimento alheio.
E revela a humildade no coração dos sinceros.
Meus sentimentos são águas a invadirem o curso de rios distantes,
fazendo-me ver a sutileza dos detalhes.
Eles deságuam num mar de miragens e desespero sensato,
numa penumbra mágica, que desenha imagens de sombras:
E meu olhar entende...
Mônica, ao som de: “Resposta ao tempo”, Nana Caymmi
Luis, ao som de: “O seu olhar”, Arnaldo Antunes + “Aos nossos filhos”, Ivan Lins
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Carne, osso e coração
Há dias em que a poesia
reside calada em mim.
Como se buscasse o
atrevimento necessário
para o movimento
desta vida.
Resguardando seus versos
para um novo tempo
que há de vir.
Derramando as últimas
gotas de lágrima
dessa tristeza
em decomposição.
Sem medo de ter
fé na esperança.
Declamando silenciosamente
os erros e as crenças
em seus valores.
Com intuito de revelar-se
ao mundo.
Cansada de apenas admirar
os novos caminhos.
E, finalmente, com coragem
de colocar os pés na estrada
para caminhar neste fluxo
rumo ao infinito.
Pois só assim serei novamente
o dono de mim.
Ao som de: “O sol nascerá”, Cartola + “O patrão nosso de cada dia”, Secos e Molhados
reside calada em mim.
Como se buscasse o
atrevimento necessário
para o movimento
desta vida.
Resguardando seus versos
para um novo tempo
que há de vir.
Derramando as últimas
gotas de lágrima
dessa tristeza
em decomposição.
Sem medo de ter
fé na esperança.
Declamando silenciosamente
os erros e as crenças
em seus valores.
Com intuito de revelar-se
ao mundo.
Cansada de apenas admirar
os novos caminhos.
E, finalmente, com coragem
de colocar os pés na estrada
para caminhar neste fluxo
rumo ao infinito.
Pois só assim serei novamente
o dono de mim.
Ao som de: “O sol nascerá”, Cartola + “O patrão nosso de cada dia”, Secos e Molhados
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Sete vidas do amor
Hoje, quando se silenciam os batuques
e a alegria boêmia e efêmera do carnaval,
vejo que os deuses do amor reservaram
para mim as sete vidas de um gato.
Em cada uma delas,
deixei um generoso pedaço
de meu coração, de minha alma,
como se o destino promovesse
uma espécie de reforma agrária.
Alguns amores sobreviveram
apenas a troca de olhares,
os beijos e as carícias,
numa deliciosa e interminável
contagem de horas.
Outros duraram semanas.
Os profundos e marcantes foram
reservados ao período de um ou mais anos.
Restaram apenas histórias ricas,
guardadas seguramente em um
álbum de retratos envelhecido
e em preto e branco ou
a um museu de boas lembranças.
Já gastei seis vidas das sete de direito.
Embarco na sétima para regurgitar
os amores esvaídos, filosofando
ao som de uma arrastada balada da solidão.
Talvez nesta última e derradeira tenha-me
sobrado apenas estes versos tristes e amargos.
E uma tremenda sensação de liberdade
para escrever tudo o que sinto
neste exato momento.
O que me importa é o fluxo de sentimentos
criados, compartilhados e transformados
ao longo desses (balzaqui)anos.
Mesmo que seja para enfrentar
a visão turva, obtusa e confusa
do que seja amizade pura e verdadeira.
Ou ao jogo mal-fadado do
bem-me-quer e mal-me-quer
da paixão.
O medo de tornar o companheirismo
em conveniência.
Pelo uni-duni-tê das carências,
preservação de orgulhos,
ou cumplicidade como sinônimo de tempo perdido.
Não se engane, pois esta lira
nunca vai pertencer a um acerto
de contas do coração.
Ou ao rancor de mais um desiludido.
Ela é apenas a revelação da
singela, sincera e humilde busca
pela redenção do amor.
Ao som de: “Conselho”, Almir Guineto + “Happy End”, Tom Zé + "Love Is a Losing Game", Amy Winehouse
e a alegria boêmia e efêmera do carnaval,
vejo que os deuses do amor reservaram
para mim as sete vidas de um gato.
Em cada uma delas,
deixei um generoso pedaço
de meu coração, de minha alma,
como se o destino promovesse
uma espécie de reforma agrária.
Alguns amores sobreviveram
apenas a troca de olhares,
os beijos e as carícias,
numa deliciosa e interminável
contagem de horas.
Outros duraram semanas.
Os profundos e marcantes foram
reservados ao período de um ou mais anos.
Restaram apenas histórias ricas,
guardadas seguramente em um
álbum de retratos envelhecido
e em preto e branco ou
a um museu de boas lembranças.
Já gastei seis vidas das sete de direito.
Embarco na sétima para regurgitar
os amores esvaídos, filosofando
ao som de uma arrastada balada da solidão.
Talvez nesta última e derradeira tenha-me
sobrado apenas estes versos tristes e amargos.
E uma tremenda sensação de liberdade
para escrever tudo o que sinto
neste exato momento.
O que me importa é o fluxo de sentimentos
criados, compartilhados e transformados
ao longo desses (balzaqui)anos.
Mesmo que seja para enfrentar
a visão turva, obtusa e confusa
do que seja amizade pura e verdadeira.
Ou ao jogo mal-fadado do
bem-me-quer e mal-me-quer
da paixão.
O medo de tornar o companheirismo
em conveniência.
Pelo uni-duni-tê das carências,
preservação de orgulhos,
ou cumplicidade como sinônimo de tempo perdido.
Não se engane, pois esta lira
nunca vai pertencer a um acerto
de contas do coração.
Ou ao rancor de mais um desiludido.
Ela é apenas a revelação da
singela, sincera e humilde busca
pela redenção do amor.
Ao som de: “Conselho”, Almir Guineto + “Happy End”, Tom Zé + "Love Is a Losing Game", Amy Winehouse
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